domingo, 24 de fevereiro de 2013

Verde Oliva

Verde Oliva

Quando fiquei sabendo que iriam inaugurar uma rádio do Exército em Brasília eu não gostei nem um pouco da ideia. Naquela época eu ouvia muito  rádio, e mesmo sabendo que eu não era obrigado a ouvir a referida emissora, e toda e qualquer pessoa tinha o direito de dar ou não audiência para a Verde Oliva FM. Para mim não adiantava, o meu pré-conceito já estava formado e uma radio militar era só o que faltava, ou melhor, o que não não faltava. 

Eu imaginava que uma rádio do Exército Brasileiro iria ser uma extensão dos quarteis na casa dos civis, mesmo sendo eu militar à época. Pensei que a programação seria de entrevistas com oficiais generais o dia inteiro, só se falariam em militarismo e abririam brechas para fazer o povo engolir e sentir saudades do remime que governou o país por duas décadas. E tudo isso financiado com o dinheiro público. Na minha concepção, a programação musical seria basicamente hinos e canções militares, um perigo à sociedade.

Quando fui ouvir a "rádio do Exército" em 2002, ano da sua inauguração, confesso que me surpreendi. Havia ali conteúdo diversificado, boa programação musical, e a coisa que menos se ouvia falar era militarismo.  Era uma rádio com conteúdo cultural e educativo, tocava canções que foram ou seriam censuradas pela governo militar. A Verde Oliva era uma rádio que fugia dos padrões das novas emissoras da capital, voltadas apenas aos modismos musicais daquele novo começo de milênio. Tinha lá o momento cívico, algumas publicidades  específicas, mas isso é muito pequeno perto do monstro que eu pensei que fosse surgir.

Hoje, mais de uma década depois da inauguração da Verde Oliva FM 98,7, não tenho muito tempo para ouvir rádio, mas continuo ouvindo a emissora de responsabilidade do Exército Brasileiro porque ela continua com a programação de qualidade. Isso me leva a pensar no preconceito em todas as suas formas. Se dependesse só da minha opinião uma das minha rádios preferidas jamais estaria no ar. O que me leva a entender Raulzito quando dizia: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Igreja ateia

Igreja ateia

As redes sociais da internet têm me chamado à atenção a uma discussão que não é nenhuma novidade: as discussões religiosas, mais ainda, as discussões entre ateus e cristãos. O que me assusta não é o debate em si, coisa que acompanhei por toda esta minha longa vida, mas uma inversão de papeis. Hoje, pelo menos na internet, os fervorosos são justamente  os ateus, eles que estão se juntando, organizando e empenhando forças para convencer os que acreditam em algum deus a tomarem vergonha na cara, abandonarem este mundo teocrático e se converterem ao ateísmo. É preciso salvarem a almas desses pobres   crentes no pecado.

É engraçado que antes os ateus eram as melhores pessoas para se discutir religião, porque estes não acreditavam e pronto. Não tinha muita discussão. Ao contrários de algumas instituições religiosas, como as testemunhas de Jeová por exemplo, que faziam questão de entrar na sua casa, te empurrar um monte de revista, fazer você acreditar na convicção religiosa deles e ainda agendar uma próxima visita. Só assim você poderia se livrar do fogo inferno, onde haverá pranto e ranger de dentes. Já os ateus não te obrigavam a nada.

As coisas estão bastantes diferentes hoje em dia, os ateus estão medindo força com os crentes. Eles invadem a sua casa sem pedir a menor licença, basta apenas que você acesse a internet onde há alguma referência religiosa, lá estão os dois lados travando uma batalha para provar aquilo que acreditam, principalmente os que dizem que em nada acreditam. Nas redes sociais, então, é que a coisa fica mais feia ainda. 

A surpresa não é a batalha em si, mas o fato de que os ateus estão agindo como os crentes, ou seja, tentando te convencer a alguma coisa. Exitem até associações de ateus, agnósticos e outras convicções. Obviamente qualquer pessoas pode fazer parte de qualquer associação com fins pacíficos, já para fazer guerra religiosa e psicológica já bastavam as religiões.

Se baseando pela internet dá par imaginar que os ateus estão pela ruas com um carimbo bem grande na testa escrito: "Sou ateu" e camisetas escritas "pare de crê em divindades", acompanhadas de broches completando: "pergunte me como". Mas parece que na rua ainda não chegaram a esse ponto. A coisa é mais na rede mesmo. E não vai demorar muito para   surgir a primeira igreja ateia, com direito a dízimo e tudo mais. Mesmo que seja um igreja online. Ah, o dizimo pode ser no débito automático, como já faz o pastor R.R. Soares com os fiéis da sua igreja.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Profissão DJ

Profissão DJ

A profissão de Disc Jockey Existe há muitas décadas, desde o tempo que os locutores americanos usam o gramofone para executar músicas nas rádios. De lá para muita coisa mudou, os antigos LP´s ajudaram no ofício e o DJ acabou saindo das rádios e ganhando as pistas do mundo.

Um DJ com a sua pick up pode comandar uma festa sozinho, razão pela qual muitas bandas nunca foram muito simpáticas à figura desse profissional. Mas exatamente esse motivo fez aparecer um fenômeno que pode ser chamado de proliferação da espécie, e aí cabe uma pergunta: o que uma pessoa precisa fazer para ser considerada um disc jockey nos dias atuais? A resposta parece bem simples e objetiva: "apertar o Play". 

Sim, pois com a tecnologia dos dias atuais basta apenas pré selecionar as musicas, gravar num dispositivo e colocar na pick up e apertar o play. Como as etapas anteriores não precisam ser feitas necessariamente pelo     DJ em questão, este então pode apenas ter o trabalho de apertar um botão digital e fazer a festa. Os verdadeiros profissionais, não concordam em nada com essa discrição. Porém é assim que tem sido, desde que começaram surgir as celebridades instantâneas sem profissão que precisam de alguma atividade para ganharem espaço na mídia.

É tão comum vermos na televisão alguns participantes de reality shows, uns dois filhinhos de milionários e alguns artistas fracassados se apresentando como DJs, como se fossem o supra sumus da arte saber dar um play numa CDJ e animarem uma festinha, onde as pessoas pouco estão interessadas na músicas. O pensamento é    simples: "O que conta é a minha presença e assim ainda faturo algo". Outros já pensam mais além: "Nem preciso tocar, basta falar que sou disc jockey para ser considerado artista". E assim a profissão acabou se banalizando.

Uma foto uma fez muito sucesso na internet mostrando uma garota "famosa" comandando uma festa. O detalhe é que tinha um verdadeiro DJ embaixo da mesa, comando a pick up enquanto ela fingia ser a responsável pelo som que aminava a galera. Ou seja quando precisam fazer algo que vai além de apertar o play o número de DJ´s cai drasticamente no Brasil. Resta aos verdadeiros profissionais se unirem para tentar salvar uma profissão que já foi deles e agora é dos "artistas".


domingo, 20 de janeiro de 2013

Carioca 2013

Carioca 2013

A muito tempo que o charmoso Campeonato Carioca não é mais tão empolgante assim, e mesmo assim já se vai uma década que o vasco da gama não o ganha. É lastimável, uma vez o que a competição é disputada na prática por apenas quatro times. Ou seja, o Vasco da Gama tem a "obrigação" de vencer pelos menos duas vezes a cada dez anos.

A má notícia é que em 2013 a equipe do vasco é a que menos inspira confiança, entre as quatro consideradas grandes. A crise financeira, a venda da maior parte do time titular de 2012, a falta de contratações de expressão, além da incredibilidade de boa parte da torcida na atual diretoria corroboram essa tese.

Mas ontem, na estreia contra o fraco Boavista, o time jogou bem. Teve boa movimentação de jogo, os jogadores mais experientes do time mostraram entrosamento com a molecada e os gols de Carlos Alberto, Éder Luis e Bernado deram à torcida presente no estádio Raulino Oliveira em Volta Redonda, bons motivos para acreditar e apoiar a equipe nesta competição.

Foi apenas o primeiro jogo, e, independente do resultado, ele não o suficiente para saber se a equipe tem ou não condições de levantar a taça na final, nem mesmo saber se chega à final, mas é bom começar com o pé direito, até porque a única equipe que tem dívidas com a torcida neste carioquinha é justamente o Vasco da Gama. Só resta ao torcedor torcer.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

The Dark Side Of The Moon

The Dark Side Of The Moon

O álbum The Dark Side Of The Moon do Pink Floyd está fazendo 40 anos de lançamento este ano, e é uma peça tão essencial na história na música quanto o "A Night At The Opera" do Queen, próximo de fazer quatro décadas também.
Eu vi, recentemente, o CD em uma loja ao preço de R$ 9,99 e achei uma maravilha, por saber que uma joia dessas pode ser adquirida por qualquer fã. Meu sonho de vê-lo acessível a qualquer admirador de música de qualidade virou realidade. Sem falar que é possível ouvi-lo inteirinho na internet, de graça. No tempo do meu contato esse disco era um pouco diferente e  eu não tive todas essas facilidades.
Quando eu tinha 14 anos eu ganhei vários vinis velhos, muitos bem arranhados, e minha missão era selecionar o que ainda dava para ouvir. No meu  pequeno acervo havia um disco com a capa toda preta e uma luz passando por um prisma e revelando as cores do arco-iris. Não havia nada escrito na capa, só a imagem. Na contra capa vi que era do Pink Floyd que eu já conhecia algumas músicas, inclusive tinha assistido ao filme "The Wall" com um colega. Olhei o estado físico do bolachão e vi que ainda dava para rodar. Caramba! Eu já tinha vivido quase uma década e meia e não conhecia as canções de um disco que já existia há mais de duas décadas. Fiquei encantado!
The Dark Side Of The Moon é um disco para ser ouvido inteiro. Era assim que eu fazia, contrariado por algumas faixas estarem arranhadas, apesar de eu limpá-lo com muito cuidado. Lembro que duas músicas ficaram mais na minha mente: "Time" e "The Great Gig In The Sky", esta última por ser solada pelas melhores backing vocals do mundo, provando mais uma vez a grandeza da banda. Essas duas destacaram mais mas as outras não foram ouvidas menos vezes.
Mas minha alegria não durou muito tempo, não. Um ano depois o disco sumiu. Acho que se perdeu na mudança que meus pais fizeram e eu nunca mais o achei. 
Começava aí uma procura quase desesperada por outro disco, de preferência novinho e por um preço justo, e eu não encontrava. Alguns amigos diziam que era possível encontrá-lo por encomenda, mas para um adolescente sem muitos recursos financeiros não era tão simples.
O tempo começou a passar, e logo a onda de CD foi tão grande que eu já não queria mais em vinil, queria em CD que para mim era novidade e ingenuamente achava que a qualidade era melhor.
Durante cinco anos não o encontrei, apesar de a minha procura não ser mais tão frenética por estar quase convencido de que não o encontraria mais. 
Um dia, quando eu já  estava na Marinha,  conversando com um colega, falei da minha história com disco para ele me disse: "Eu tenho esse CD, em perfeito em perfeito estado de conservação e estou precisando de um disco de uma banda, que custa R$ 30,00, se você quiser eu te vendo ele por esse preço". Comprei na hora. Na época R$ 30,00 era uma boa grana, mas para mim era um investimento. 
Tenho o CD comprado no início de  2000 até hoje. Depois disso a internet se expandiu, veio relançamento de vários álbuns, de várias bandas, o preço caiu. Música ficou apenas digital, porém um clássico desses o bom apreciador de músicas tem que tê-lo físico.
Ainda quero comprá-lo em vinil, mas fico feliz em saber que se um adolescente o conhecer agora, tardiamente como eu, poderá adquiri-lo pelo preço de uma pizza. Ops, não existem mais pizzas de dez reais. Ou seja, a joia está quase de graça. 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Telefone Celular

Telefone Celular

Quando em em 1990 eu vi na televisão uma notícia dizendo que chegava ao Brasil um aparelho  de telefone móvel, eu achei tão interessante quando se tivessem me falado que o homem havia chegado a Marte. Não que homem chegar a Marte não fosse importante, mas é que era algo muito além da nossa realidade, não podíamos sonhar com um aparelho que custava em torno de cinco mil dólares à época e que a bateria duraria poucas horas, além de ser grande e só servir para fazer e receber ligações telefônicas a alto custo.
O tempo foi passado, as pessoas gostando da novidade e em menos de dez anos o celular já eram um aparelho com outras funções e aplicabilidades que não eram raro achar quem tinha um ─ eu só fui ter o meu primeiro em 2000 ─ e perceber que cada lançamento trazia algo de diferente, além de saber que ele nunca mais iria ser apenas um aparelho de telefone móvel.
Às vezes me pergunto se o telefone celular fosse apenas um telefone móvel ele hoje iria ser tão fundamental na vida das pessoas. Será que os inventores dessa tecnologia pensaram no ponto em que o aparelho poderia chegar? Se pensaram fizeram de sacanagem, e eu explico a razão.
O celular hoje é computador, agenda, despertador, GPS, máquina fotográfica, rádio, TV e uma outra tonelada de aparelhos e funções comprimidos numa peça só. Mas não é só isso, ele é a identificação de cada pessoa. Toda pessoa tem de ter o seu. É mais importante de carteira de identidade, quando alguém pergunta "qual seu telefone?" e pessoa diz que não tem, apenas duas coisas passam pela cabeça: "ela está mentindo" ou "ela não é deste mundo". Isso independente de classe social, credo, etnia ou qualquer outro fator. 
Esse aparelhinho chato nos toma tempo e nos enche a paciência, mas não conseguimos desgrudar dele. Sempre tem alguém ligando, um torpedo chegando e se nada disso acontece a gente dá um jeito de mexer nele, nem que seja para olhar a hora.
Quando eu me lembro de 1990 quando não o tínhamos, dá a impressão que se trata da pré-história humana , e isso nem é tão ruim assim. As pessoas viviam bem sem serem obrigadas a carregar uma máquina eletrônica aonde que fossem.
É normal, quando um artista não quer ser abordado por um fã ou um repórter chato, passar fingindo estar falando ao telefone, da mesma forma que quem o abordaria iria dar um jeito de usar o maldito aparelho, seja para tirar uma foto, para publicá-la numa rede social, para enviar material da entrevista para os estúdios ou para simplesmente ligar para alguém e dizer algo relativo ao encontro com tal artista. Fato é que sem o celular não somos ninguém. Apesar de termos já sido alguém antes dele.
Absolutamente acho que o celular hoje é muito importante no mundo moderno, não acompanharíamos o ritmo globalização sem ele, porém não me acostumo é com a ideia de sermos escravos do telefone celular, tanto é que tenho uma sensação gostosa de liberdade que vou para algum lugar que não tem sinal de operadoras telefônicas. Depois eu volto para ele para ver o que aconteceu no mundo enquanto estive ausente. 
Adoraria saber como seria hoje, se em 1990, ao invés de anunciarem que chegava ao brasil o telefone celular, noticiassem que o homem havia chegado a Marte.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ano Novo

     ─ Nada mudou!
     Essa foi a sensação que o Zé sentiu quando o relógio marcou zero hora do dia primeiro de janeiro de 2000. Apesar de teoricamente o século e o milênio só mudarem em 2001, chegar ao ano dois mil representava muito para ele. Ouvira lendas de que o mundo acabaria antes daquela data. ─ a mil chegará, dois mil nos completará ─, diziam os mais velhos. 
     "Aonde a senhora ouviu isso, tia", questionava o garoto.
      "Foi Jesus que disse, está na bíblia", mas apesar do garoto procurar feito um louco, nunca achou essa passagem no livro sagrado.
     Ele nunca acreditava por muito tempo que o mundo acabasse antes da virada do ano, era invenção, tentava se convencer. 
     A certeza era que chegar vivo ao ano 2000 e poder contar, anos mais tarde, para filhos e netos era uma ideia que fascinava o jovem garoto.
     Aquela data representava sim uma grande mudança. Era sinônimo de modernidade. tudo o que a gente vive vai ficar para trás, nova era!
    Zé se pegava fazendo planos para a nova era, tinha medo às vezes, outras vezes ficava excitado. ─ Vou estar com 17 anos, caramba, vou ver tudo de perto ─, dizia para si mesmo em pensamento, chegava imaginar o mundo como via nos filmes de ficção científica, tudo acontecendo numa fração de segundo, bastando apenas o relógio marcar meia noite na fatídica noite.
   Tudo que estava relacionado ao ano dois mil demostrava ser melhor, mais jovem mais antenado. As lojas anunciavam " os produtos do novo milênio", muito marcas tinham o "2000" associado, como por exemplo um tênis que fazia muito sucesso naqueles poucos anos que faltavam para a chegada da tão esperada data.
    Todos os finais de anos Zé começava a prestar a atenção na hora da "virada" para ver se via algo de diferente, ignorava as comemorações, as farras, as piadas clássicas: "só vamos nos ver anos que vem", " só vou fazer isso, ou aquilo o ano que vem", só olhava o que mudava. E não conseguia ver nada, se não fossem   
os fogos e as pessoas comemorando, o momento passava em branco. Sua contagem regressiva era em anos, "faltam cinco, anos", "agora só faltam quatro", "três", "dois", enfim, já com dezesseis anos disse: "é daqui a um ano".
     Em 1999 o rapazinho já tinha tinha muitas certezas da vida, muitas das lendas a respeito do ano dois mil já tinham ficado para trás, mas ele queria muito ver como seria chegar ao novo ano. Não acreditava no novo boato de que todos os computadores iriam dar pane, mas queria porque queria ver o que iria mudar no mundo e na sua vida naquele "próspero ano novo", era só questão de pouco tempo.
      O dia 31 de dezembro de 1999 foi a primeira vez que Zé iria passar os últimos minutos do ano longe da família, na verdade nem muito longe, era na praça da cidade, junto com sua primeira namorada.
    Faltavam dez segundos, já era ano novo em muitas partes do mundo, nada de diferente aconteceu, mas naqueles segundos Zé voltou a ser o garotinho de 11 que queria muito ver as mudanças no momento que o ano dois mil chegasse.
    ─ 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1─.  Fogos pipocando no ar, pessoas se abraçando, beijando, bebendo, dançando... "Feliz ano novo!" 
    A primeira coisas que Zé fez no ano dois mil foi receber uma abraço acompanhado de um sorriso e seguido por um beijo da sua namorada. A segunda coisa foi perceber que nada de novo acontecia, os acontecimentos daquele momento poderiam ter sido antes ou depois da virada do ano. 
     Foi a partir daquela data que Zé passou detestar virada de ano, pois ficou traumatizado em não ver nada de tão interessante naquele momento. Mas o beijo e o sorriso da namorada ele traz sempre na memória . 
    Talvez seja por isso que, mesmo não curtindo mais viradas de ano,  nunca mais ele repetiu aquela frase a respeito do ano 2000: 
      ─ Nada mudou!